quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Leite de cabra se aproxima do mercado privado e frigorífico deve expandir caprinocultura de corte

O Cariri paraibano, a região que mais contribui para a Paraíba figurar como maior produtor de leite de cabra no país, começa a diversificar os negócios com a demanda do mercado pela cadeia da caprinocultura. O contrato fechado pela Cooperativa Agro-Industrial (Coagril) com supermercados de João Pessoa e Campina Grande para a venda dos derivados do leite caprino como queijo e, até o final do ano, de doces e iogurtes, deverá expandir os negócios dos pequenos produtores. “A meta até dezembro é chegar com os nossos produtos em 20 estabelecimentos comerciais nas duas principais cidades do Estado, incluindo uma grande rede de supermercado”, revela o presidente da Coagril e produtor, Aldo Sales, que participa do 4º Simpósio Internacional de Caprinos e Ovinos de Corte (Sincorte), evento que se estende até esta sexta-feira, 20, no Hotel Tambaú, em João Pessoa.

Além dos derivados do leite, está previsto também para dezembro o funcionamento do segundo frigorífico do Estado para ovinos e caprinos, na cidade de Monteiro. “Já temos um abate entre 100 e 150 animais por dia no frigorífico de Mulungu e com a capacidade de mais 120 animais/dia do frigorífico de Monteiro deve expandir também a produção do caprino de corte na Região do Cariri nos próximos anos, que será mais uma opção de ganho de renda aos pequenos produtores”, aponta o diretor do Sebrae Paraíba e gestor do projeto Aprisco Nordeste, que vem trabalhando a organização comercial e ações de orientação ao setor. Segundo ele, do total de mais de um milhão de cabeças de caprinos e ovinos da Paraíba, cerca de 75% tem foco em rebanho e outros 25% em produção de leite.

O palestrante da OD Consulting, Osler Desouzart, que apresentou durante o 4º Sincorte a pesquisa “Abordagem e percepção do consumidor em relação ao mercado de carnes de ovinos e caprinos”, diz que o potencial de mercado para a comercialização da carne de caprinos e ovinos de corte é amplo no Brasil. “Dos 87 quilos de carne que, em média, o brasileiro come por ano, apenas 700 gramas são de caprinos e ovinos. Se duplicarmos ou triplicarmos esse consumo, os criadores da região do Semiárido nordestino terão um impacto positivo muito forte”, destacou o palestrante. Duante o evento, especialistas apontaram a tendência de consumo nos próximos 15 anos, do cabrito "mamão", espécie de cabrito jovem, que ganhará peso no cardápio do brasileio, chegando a substituir o chester ou o peru de Natal.

O frigorífico da cidade de Monteiro além de dispor já todos os equipamentos necessários para o funcionamento já conta com a autorização do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura, o que irá facilitar ainda mais a comercialização do produto para os estados vizinhos. Para que o frigorífico entre em funcionamento, falta apenas definir o modelo de gestão e os custos, pois com as experiências de outros estados do abate no setor, como da Bahia é preciso viabilizar a sustentabilidade e a produção de caprino de corte que já logrou êxito no Estado para produção leiteira, que chega a quase 600 mil litros por mês, maior produção do país.

4º Sincorte - A programação do 4º Simpósio Internacional de Caprinos e Ovinos de Corte (Sincorte) será encerrada nesta sexta-feira, 20, com o painel sobre “As políticas públicas para a caprinocultura leiteira no Semi-árido”, dentro do 2º Fórum Nacional da Caprinocultura Leiteira. A Feira de Animais e produtos derivados desses animais acontece na área verde, lateral ao Hotel Tambaú, e também prossegue aberta aos visitantes todos os dias até às 22h.

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